O que são os tornos industriais? Para que eles servem?

Desde o início da revolução industrial, existe o paradigma do custo de produção: fabricar itens de necessidade a preço baixo, valor esse necessariamente atrelado ao custo.

Cedo percebeu-se que a produção em escala reduz o custo. Um dos fatores de custo, é preparo do ambiente para a produção.

Henry Ford foi o criador do conceito de linha de produção, o que diminuía períodos investidos em preparo, até mesmo em treinamento de funcionários.

Tornou-se visível que preparo de máquinas para usinagem, era um fator de elevação de custos, que poderiam ser facilmente dissipados se a quantidade de componentes produzidos fosse elevada.

A automação é igualmente um requisito: caso o equipamento dependa diretamente de mão de obra humana, não apenas a velocidade como a precisão ficam sacrificadas.

Tornos automáticos

Os tornos industriais possibilitam produzir componentes mecânicos, gerados a partir de figuras de revolução. São dispositivos milenares, cuja função se mantém mas cujo desempenho vem evoluindo para suprir as necessidades da civilização.

Os tornos possibilitam usinar:

  • Metais;
  • Termofixos;
  • Termoplásticos;
  • Composites;
  • Madeira.

Os primeiros tornos automáticos, nasceram no final do século XIX, caracterizados por cabeçotes fixos e sequenciamento disparado via cames. A evolução para os cabeçotes móveis só ocorreu no século XX.

Ainda assim, dependiam de assistência humana, para monitorar as ferramentas quanto a desgastes e quebras, assim como alimentá-los de barras de matéria-prima.

O torno CNC automatico só surgiu na década de 1970, quanto o conceito de computador migrou das imensas máquinas classificadoras de dados.

Para componentes miniaturizados, capazes de executar programas cíclicos e tomar decisões à medida que etapas de suas tarefas vinham sendo cumpridas.

Mesmo assim, sua programação era trabalhosa, o que possibilita amortizar os custos de preparo, em cima de lotes de grandes quantidades.

A evolução seguinte consistiu do torno CNC com alimentador, o que diminuiu a frequência da assistência humana à linha de produção automática, limitada principalmente ao acompanhamento do estado das ferramentas.

Outros recursos, como o CAD/CAM, agilizam a programação, tornando esta alternativa imbatível em termos de amortização de investimento.

Torno mecânico

Desenvolvido na década de 1930, o torno mecânico continua sendo uma opção para produção em escala. A alternativa de se programar sequenciamento via cames, transformou o torno mecanico preço acessível para se iniciar uma empresa.

Com base capital limitado e em investimento enxuto em ativo fixo. Viabiliza lotes de porte médio ou grande, possibilitando um business dedicado ao papel de terceiro, reduzindo o investimento em verticalização nas indústrias dedicadas.

É exatamente essa característica que pode movimentar a economia produtiva em pequena escala, permitindo que seja um torno mecânico usado como embrião de pequenos parques prestadores de serviços.

Tornos de bancada

Se tornos giratórios miram em transformar matérias-primas, via figuras de revolução, são os tornos de bancada, que se assemelha, em certa medida, a processos de extrusão, possibilitando alterar componentes através de recortes prismáticos.

O conceito teve início com a necessidade de se firmar componentes durante processos de usinagem, uma vez que o uso das próprias mãos, além de ocupar o membro complementar, geralmente não propicia a firmeza essencial,

Sem falar na exposição a riscos de arranhões e pancadas, para ficar nos menos graves. A primeira referência de torno de bancada, com acionamento roscado, data da Idade Média, porém possuía mordentes transversais.

O modelo dotado de mordentes paralelos, é suposto ter surgido por volta da quinta década do século XVIII e possuía, à semelhança dos modernos, um mordente fixo e um móvel, conduzido por um cursor móvel.

Data de 1830, o primeiro torno (de bancada) metálico, mais precisamente, de ferro fundido, mas o produto dó atingiu a maturidade com o advento do Ferro forjado.

O que viabilizou o torno de bancada para madeira, com resistência para tolerar a usinagem prismática e os momentos que esse tipo de atividade pode originar.

Mesmo não recebendo esse nome, os tornos fizeram parte da vida civilizada e do processo de civilização nos últimos milênios.

Quem sonhou alto no tocante aos tornos foi Leonardo da Vinci, que deixou uma quantidade de registros, propondo como seriam os tornos modernos.

Nem da Vinci sonhou com CNCs, tampouco com computadores programáveis, cuja concepção é creditada a Charles Babage.

O qual, muito provavelmente, nunca os imaginou submetendo máquinas-ferramentas. O fato é que entre os tornos atuais e os de cem anos atrás, há um abismo de evolução.